08 maio 2013

Ciúmes



Se um homem soubesse o estado em que uma mulher com ciúmes fica, jamais provocaria isso de brincadeira. Jamais, nunca, em hipótese alguma. Mulher não sabe brincar disso, não tem limites, não conhece a hora de parar. Você faz uma coisinha minúscula, provocação que você julga boba e ela se treme de ódio. Reação que você não vai saber nunca, mas pode ter a certeza de que não vai ficar por menos. E milhões de possibilidades atropelam nossos pensamentos. Fazer o mesmo é pouco, tem que ser dez vezes pior, no mínimo. “Como ele ousa?” E com essa pergunta ecoando na cabeça, a gente arquiteta planos infantis, mas justos, pra finalizar de vez esse comportamento imbecil. É combater criancice com infantilidade, tudo bem, mas os meios justificam os fins- é justiça, bala trocada pra não sentir a dor de ser desnecessariamente baleada. O que mais irrita não é a babaquice em si do cara provocar um ciúme idiota. O que não dá pra lidar é justamente a consequência desse ato estúpido no nosso sistema nervoso, ainda que a gente tenha a consciência de que é uma provocação barata. Perder o controle é péssimo, perder o autocontrole é como levar um tiro no pé. Poucos sabem, mas nós temos sim um autocontrole invejável, só que usamos quando queremos, quando conveniente. Sim, eu não preciso cortar o drama, porque fazer cena é umas das coisas mais aliviantes da vida, mas controlar o ego do outro é de extrema necessidade, porque um cara consegue se acomodar num pedestal e se achar incrível demais pra você num velocidade absurda, acredite. Não é um favor estar comigo, é uma honra, meu bem. Então, para isso, também se faz indispensável controlar uma boa parte do meu lado mulherzinha, que grita “Você tem noção do quanto eu te amo? Do quanto você me faz bem?” e “Você acha ela melhor do eu? Você prefere mulher assim?”. Tem noção do que é isso? Do esforço pra ter controle sobre uma natureza sua que é esmagadora? Então, por favor, não testa meus limites, não esgota os meus esforços, não brinca com o que vive por um triz de sair do controle. Porque se a brincadeira ficar séria, eu te garanto que quem vai rir por último não é você






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